Uma medicação que trata a epilepsia pode prevenir o declínio cognitivo leve?

O Levetiracetam, uma droga anti-epiléptica, vem sendo testada com bons resultados no tratamento de pacientes com declínio cognitivo leve (DCL).

Estudo recente demonstrou que o levetiracetam reduz a hiperativação de algumas regiões do hipocampo – o giro denteado e o corno de Amon . Estas estruturas relacionam-se ao DCL do tipo amnéstico (dificuldade para lembrar de novas coisas).

São necessários mais estudos clínicos para confirmar essa eficácia, segundo os autores da pesquisa conduzida na Johns Hopkins University de Baltimore, Maryland (EUA).

Pesquisas anteriores evidenciaram que a hiperativação dessas áreas do hipocampo é uma característica do envelhecimento cerebral, ao contrário de uma suposta desaceleração. Uma possibilidade é que essa “aceleração” tente compensar a já existente falha de memória.

As pesquisas também evidenciaram que os que apresentam níveis acentuados de hiperatividade hipocampal tem mais chances de evoluir para um declínio da memória.

Estudos com animais mostraram que a memória pode melhorar se essa hiperativação for reduzida. Uma pesquisa desses autores publicada em 2012 já relatou efeitos semelhantes em humanos.

A pesquisa em andamento utiliza o levetiracetam (62,5, 125 ou 250 mg, 2 vezes por dia) durante 2 semanas, num grupo de pacientes com DCL, e compara o seu efeito ao do placebo.

O DCL vem sendo cada vez mais diagnosticado na faixa etária acima dos 60 anos e pode evoluir para um comprometimento difuso de todas as funções cognitivas. Seu diagnóstico precoce permite realizer intervenções que impeçam ou retardem o início de um quadro demencial.