Uso do canabidiol no tratamento da epilepsia refratária
A epilepsia refratária em crianças- especialmente a síndrome de Dravet_- tem sido tratada nos últimos anos com o óleo de canabidiol. Os resultados favoráveis encorajaram a liberação do uso dessa droga com finalidades terapêuticas.
O canabidiol é o principal componente sem ação psicoativa da Cannabis sativa. Há muitos séculos muitas preparações medicinais derivadas da C. sativa tem sido utilizadas no tartamento de várias doenças e sintomas como gota, reumatismo, malária, dor e febre.
Essas preparações foram amplamente utilizadas como analgésicos durante o século 19. Mais recentemente, surgiram evidências da sua eficácia no tratamento da dor neuropática associada ao vírus da AIDS e aos espasmos associados à esclerose múltipla.
O canabidiol age inibindo a transmissão de impulsos que geram as crises de epilepsia, através do decréscimo da atividade da proteína G e inibindo a liberação do glutamato, um neurotransmissor excitatório.
O estudo de Cunha e colaboradores comparou o canabidiol ao placebo em pacientes com epilepsia refratária e num grupo de voluntários normais. O canabidiol foi bem tolerado, não apresentou efeitos colaterais graves. Três dos 15 pacientes com epilepsia ficaram livres de crises e 4 relataram grande redução do número de crises. No grupo de 7 pacientes que recebeu placebo, apenas 1 melhorou.
O canabidiol é bem tolerado e doses de ate 600 mg por dia não causam efeitos psicotrópicos.