Tratamento das disautonomias na doença de Parkinson
Os sintomas motores da doença de Parkinson (DP), que, na maioria das vezes, conduzem ao seu diagnóstico, traduzem um processo degenerativo com alguns anos de duração. O compromentimento de outras áreas além da via dopaminérgica nigroestriatal, aliado ao envolvimento do sistema nervoso autonômico, são responsáveis por múltiplos sinais e sintomas não-motores da doença, alguns dos quais podem preceder em anos os sintomas motores, como já foi relatado em estudos histológicos por Braak et al 1,2. As manifestações autonômicas da DP são disfagia, disfunções cardiovasculares, urogenital, termorregulatória, respiratória e gastrointestinal l3. Os sintomas autonômicos podem anteceder os motores, e ocorrem, com proporções diversas, em todas as fases da doença 4,5.
A degeneração inicial que ocorre na DP, precedendo os sintomas motores em cerca de seis anos, inicia-se provavelmente no bulbo olfatório e núcleo ambíguo, acometendo fibras do IX e X nervos cranianos. Evidências atuais mostram maior suscetibilidade dos neurônios situados nessas áreas para a degeneração neurofibrilar e a inclusão citoplasmática dos corpos de Lewy, favorecendo o estresse oxidativo e a morte neuronal precoce e seletiva. A deflagração desse processo, porém, ainda não está bem esclarecida 6.